Após uma recente revisão de Iklimer, cheguei ao âmago da questão: o filme de Ceylan tem uma história que serve de pretexto para mostrar pessoas a fumar. Mais do que isso, para mostrar o deleite que é acender um cigarro, de o travar, de inalar gostosamente o fumo até ele se enterrar bem enterradinho nos pulmões semi-carbonizados. O som hiper-realista do cigarro a ser acendido só tem paralelo, a meu ver e se a memória na me falha, nas lightaidas (de light) do Cage e da Laura Dern no Wild At Heart. Que maravilha. E é vê-lo com um maço de cigarros ao lado, bem cheio, fumando quando os personagens fumam, numa comunhão cancerígena digna de louvores. Se não aguentar tanta cigarrada, convide o seu filho ou filha adolescente, mas atenção: diga-lhe que só fumas se estiveres atento ao filme e depois me entregares uma crítica em cinco mil caracteres. Se escreveres "é um filme competente, realizado com mão segura", vou-te ao cu. Bom, vou meter dois na boca.
03/02/2011
futurologia.
Quando, daqui por alguns (longos, espero) anos, os meus netos se estiverem a queixar do Inverno excessivamente frio (25º à sombra), dos barris de petróleo a 10.000 dólares o barril, da ditadura da Irmandade Muçulmana egípcia que asfixia os direitos do povo dos faraós, da Happy Woman continuar a existir, de não terem suficientes pensamentos inúteis para colocar no Facebook para engatar pitedo, e de demais desgraças do mundo por devir, eu, com uma caneca de chá numa mão e um charuto americano produzido no estado de Cuba na outra, dir-lhe-eis: meus queridos, eu já vi uma defesa do FCP ser constituída por um Sapunaru, um Rolando, um Maicon, e um Sereno. Por isso, deixem-se de mariquices e tragam-me esse ipsilon de 2008, onde o Jorge Mourinha dá quatro estrelas ao Stardust. "Papá!!!!". Digam, filhos." O Avô está a assustar-nos! E está a ver coisas que metem ovelhas e meninas barely legals!!!!".
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