11/04/2011

"mamã, o shôr Van Gogh 'tá a morrer". "' Tá bem. Anda lavar a louça. "


Van Gogh é a obra de alguém que agarrou na sua câmara, no seu tripé, nos seus equipamentos de som e iluminação e nos seus colaboradores e que decidiu plantar tudo isso em 1890, sem julgamentos futuristas nem memórias passadas. O Vincent de Pialat é um gajo qualquer, que por acaso se chama Van Gogh, rodeado de belos copos de vinho e deliciosas chouriceiras, de putedo e pianos, de searas luminosas e tabernas rascas. O pastoral raramente foi tão simples e belo, sem mitificações fúnebres ou deusificações repugnantes (coitadinho do artista, vejam como ele sofre, é tã lindo ser artista e sofrer interiormente, é é), algo que pode parecer fácil, mas que na verdade é extremamente complicado de obter, pois a identificação do ser humano com um seu semelhante ou com uma época pode levar a exageros nada aconselháveis. Se têm dúvidas, coloquem no google "cinema + anos 70 + Vasco Câmara". Depois digam que eu não quero o vosso bem.
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