05/06/2008

gelado #2

Quando fiz onze anos, a minha irmã mais velha , a conselho de um amigo, levou-me pela primeira vez ao cinema. A primeira imagem que vi foi o leão da MGM. Rugiu, foi terrível e eu tremi de medo. Na escuridão, procurei a mão da minha irmã e guardei-a bem apertada na minha. [...].

Abbas Kiarostami, in Abbas Kiarostami, edição Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, página 111.

Os bolsos não estavam (nem estão) carregados de vil metal, por isso as compras na Feira da Leya, do Livro, tinham de ser realizadas de maneira judiciosa, partindo do pressuposto da indispensabilidade das farturas. Na banca da Cinemateca, um calhamaço de capa dura sobre um cineasta iraniano ligeiramente famoso, a 12,50 Euros. Arregalar os olhos. Pergunta-se ao "gerente" se aquele preço é verdadeiro, ao que ele responde, com a mais séria cara, que "sim", como se a pergunta fosse uma gozo à sua credibilidade. Como é lógico, aproveitei a benesse. Dirigi-me à roulote das farturas. Num saco, Abbas Kiarostami, obra de luxo ao preço da uva mijona, no outro três farturas. Para o ano há mais.


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