Michael Haneke viajou até aos EUA para rodar esta nova versão, completamente inconsequente e inútil, do seu filme homónimo de 1997, feito como reacção a Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, para que o público compreendesse que não se pode brincar impunemente com a violência no cinema (oh, que comovente). Eurico de Barros, DN.
Violence is one of the most cinematic things you can do with film. It's almost as if (THOMAS) EDISON and the LUMIERE brothers invented the camera for filming violence. Q. Tarantino.
É, pois, conclusão do provedor deste blogue, que Michael Haneke, no seu moralismo beato e simplório, quer tratar o espectador como uma criança de cinco anos, ou pior ainda, como um retardado mental incapaz de diferenciar o bem e o mal, seja lá isso o que for. Mais: na sua simplicidade, subtileza e classicismo, e sem transmitir a sua mensagem como se estivesse a dar marretadas no espectador, um filme como Unforgiven escava mais fundo e reflecte de forma muito mais adulta sobre a "violência no cinema" e a gratuitidade muitas vezes associada a ela. Ainda mais: Haneke deve juntar-se a Laurinda Alves e a Eduardo Sá num talk-show, onde cada semana alertarão os meninos e as meninas sobre o enorme perigo que é observar cacetada aos montes nos desenhos animados e filmes em geral. Para terminar, o provedor aconselha Michael a pintar a barba de cor-de-rosa.