12/02/2009

gelado #214

E eu, na minha parva ingenuidade, a pensar tantas parvoíces básicas: que também há um mundo filtrado pelas cabeças de Flaherty, Vertov, Ruttmann, Depardon, Wiseman, Ivens, Morris, entre tantos outros (nos quais se inclui, à confiança, Reis); que só o pueril acto de filmar algo com determinado ângulo de câmara já é fragmentar e seleccionar a realidade; que não há, nunca houve, e jamais haverá, realismo transparente. Tudo mentira, tudo falso. O género documental é um demónio sem personalidade, e eu atrevi-me a não concordar com (imagine-se) Jean Renoir.
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