03/07/2009

Kathryn.


Enquanto essas prostitutas do cinematográfico, essas traficantes de imagens sem peso, conta e medida que dão pelo nome de manas Scott (a puta mais nova até já recebe encómios na Cinemascope. Um dia destes também espero fazer uma reavaliação do John G Avildsen e do Albert Pyun, autor do mítico Cyborg.) vão destruindo qualquer relação emocional entre aquilo que mostram e como o tentam mostrar, é preciso vir à superfície uma belíssima cineasta quase sexagenária para ensinar como se faz a essas cabras assassinas de montagem. Aparentemente, Kathryn Bigelow faz uso, em The Hurt Locker, das mesmas ferramentas que as pulhas têm passeado a seu bel-prazer nas suas fezes fílmicas: cut-and-copy, zooms que não se ensinam na escola, cinco planos em cinco escalas distintas de uma determinada personagem num dado momento, enfim, os resquícios da avacalhada imagética publicitária que as cadelas tanto ajudaram a cimentar. A diferença: o porquê, o como, e o quando de usar esta gramática, a sábia mestria de nunca soterrar a acção (e o espaço que a delimita) que se filma ao "ai uma câmara! ai tão linda! ai jesus!ai que agora vou ser tecnológico!". Jamais percepcionei qualquer excesso, qualquer mascarar de incapacidade de mise-en-scène com a tralha da caralha da câmara. E com o plus de se revelar um total conhecimento da aplicação da banda sonora e do sagrado silêncio ( a sequência no deserto é das melhores coisinhas dos últimos anos), mas a Bigelow andou a comer o Cameron e por isso saberá disso ( do silêncio, não de comer o Cameron) muito melhor do que nós, e sobretudo, muito melhor que as aldrabas inglesas. Está ali o melhor de Saving Private Simão, de Aliens, de um Aldrich, de todo e qualquer bom filme que faça da guerra procedural uma junção entre adrenalina e brutal cansaço. E sem politiques, benza-nos Deus. Para guardar ao lado do tão diferente e tão menosprezado Redacted. Grande cinema popular. Gosto muito do primeiro Alien e vejo ás escondidas o Days of Thunder.
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