The scenes didn't seem to follow any kind of order. I didn't understand a thing.
São já incontáveis as tentativas de eu, na vida real, falar, andar e pegar nos objectos como as pessoas o fazem nos filmes do Bresson e nos dos destes dois que "andavam a morrer de fome na Alemanha", como disse uma vez o Monteiro. Infelizmente, as contingências da vida moderna não me permitem prosseguir com a pureza e rigor dos gestos, atropelados que são pela necessidade de me mexer, rápido e em força. Por isso, depois de apreendido o esqueleto da "história" e do estarrecimento perante uma montagem "que não segue qualquer tipo de ordem" (Miguel Bombarda, Rua Doutor Almeida Amaral-Lisboa 1169-053 LISBOA), e quando se me tornou impossível acompanhar a ininteligibilidade de umas miseráveis legendas em inglês, deixei-me ficar com esse falar, esse andar e esse pegar nos objectos, sejam uma pistola, um taco de bilhar, ou um refresco. Portanto, e tendo em conta esta adesão hipnótica a estas minudências, só posso ser levado a concluir que Nicht versohnt... se me afigurou uma obra muito mais universal, para mim, do que algumas dezenas de milhar de trambolhos de "expert storytelling". Peço mil perdões ao Senhor e à Senhora Straub por ter retirado um grande prazer deste filme. E, pelo menos até daqui a dois segundos, não será escrita a palavra "Brecht".