29/09/2009

Niagara.



Ah sim, o american way of life, a sua alva transparência, e depois o desespero de Joseph Cotten e o berrante vestido vermelho de Marilyn Monroe. Se o filme de Hathaway enveredasse por uma índole existencial e menos genérica, então poderíamos ter visto a contaminação da brancura do casal Jean Peters/Max Showalter pelo negrume dos despojos humanos de Cotten/Monroe, mas assim como está, está muito bem, bué da nice, sou o Zé Pedro, e aconselho os joves a não se meterem no caminho das drogues, olhem só pra mim, agora deslarguem-me, que vou executar um solo que só parará quando um cometa atingir o pelaneta. Muito bem, escrevíamos, com um argumento tortuoso em que as minhas certezas quanto ao destino das personagens foram ficando tão alicerçadas como as fundações de 25% dos prédios lisboetas. Curto, directo, e, jasus cristo, com silêncios. E Monroe de vestido vermelho, ao abandono libidinoso. Puta.
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