Como action picture, é nulo. Tosco, mal filmado, mal montado e, pior ainda, sem um pingo de sinceridade. Mas, que interessa isso? De facto, que interessa? O fã de The Expendables, atrevo-me a presumir, aprecia o filme por motivos alheios ao próprio filme. À priori. Desde que se reúna, esta maltosa pode preencher a tela a fazer bordados, a mexer ovos, a dar aulas de mecânica quântica, a discutir existencialismo, ou a cagar num pinhal da Lousã. Desde que esta gente lá esteja, who cares. O fã come, o fã gosta. O fã, se 'tiver um bocadinho mais bebido, e ainda por cima depois de um belo repasto de bacalhau à lagareiro, ainda começa a brincar às referencias cinéfilas, delirando com Fords, Walshs, Aldrichs e, se o nível de aguardente for muito alto, Hawks ou mesmo Welles. Tem desculpa, depois do almoço, esta sempre delirante tarefa de encontrar pérolas na pocilga. E nem quero pensar se a esta malta de has beens (coitadinhos, tenho tanta pena deles, então do Rourke, que aperto do coração) se juntassem o "treinador de futebol" Maradona ou o fantasma apodrecido do Lee Marvin; acho que haveria gente mais do que respeitável a babar-se para o banco da frente. É esta coisa dos velhinhos, dos contra-correntes, da nostalgia. Se fizermos a equação velhinhos+contra-correntes+nostalgia, então obtemos The Expendables. Uma espécie de Sex and The City para meninos que querem ser duros por um dia. Não vale um pintelho de qualquer Rocky, qualquer Rambo. Epá, é o pior filme do homem. Pior que o Judge Dredd. Vai-ta foder, Sly, deixa estas merdas apalhaçadas e faz Rambos até ao final da tua vida.