30/10/2010

"the camera is the whole thing".


Diary of the Dead encerra com uma pergunta pertinente: Are we safe? Temo bem que não. Receio bem que cada vez estaremos menos safos de filmes como este Romero, um daqueles filmes que tenta "captar o espírito de uma era" e o caralho que os foda a todos, com muita retórica pedagógica sobre a responsabilidade do jornalista-cidadão e o uso das "novas tecnologias" e o papel (de parede, presumo) das redes sociais e demais assuntos alimentícios para fanáticos do Steve Jobs. Mise-en-scène inútil (típica de George, um gajo que apenas tem a reputação que tem porque, estão a ver, ele ...yah...luta contra o sistema...passa-me os limões...e...e...faz obras políticas...yah...passa-me a colher...e os zombies...os zombies...são metáforas, tá-se?...yah...e...o sistema...ai...que este sistema é mesmo bom...dá mais 100 gramas), com uma montagem aleatória de diversos dispositivos de captação (o tal "ar dos tempos"), um pretenso efeito de distanciação em relação ao sujeito que está a pedir mesmo almofada, e jovenzinhos a brincar ás éticas dos repórteres sem fronteiras. Como o vício de captar tudo o que mexe é uma das trends do dia, brevemente ainda iremos assistir a um filho a filmar um negão a violar a mamã, gritando de raiva É uma Catástrofe! É um Horror! É uma Tragédia...é uma tragédia eu ter tão pouca bateria na câmara! Quem mete o Romero no mesmo campeonato do Carpenter deveria ser preso.
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