29/01/2011
ya, meu, já ´tou a ver tudo enevoado.
21/01/2011
"tens a cona cheia de moscas".
12/01/2011
"racismo" sulista.
Depois da visão distorcida e quase de rajada de três recentes sucessos da técnica "ei, esta câmara ' tá com epilepsia", nada melhor do que retemperar o olhar e o coração com a tranquila e harmónica massagem cinematográfica de Judge Priest, colheita Ford de 1934, um daqueles exemplos supremos de Humanismo sem demasiadas pastilhas açucaradas. Atmosfera sulista, familiar e campesina, com os tão fordianos planos de alpendres e cemitérios, e de gente sentada em alpendres e cemitérios, e com um tribunal filmado como um bar de vagabundos, e negros no papel de coro grego . Will Rogers tem a subtileza melancólica de cinquenta Bill Murrays, e Berton Churchill, afectadissimo como "vilão", tem a melhor tosse da “história do cinema”. Não recomendado a pessoas que vão ao Doc Lisboa à procura de “temas” e do socialmente correcto (Racista! Os negros ou são criados ou deficientes! Racista!). Mais gosto dá referir que este, juntamente com The Quiet Man, era o filme preferido do cineasta.
canal Discovery.
08/01/2011
2010.
2. The Ghost Writer
3. Toy Story 3
4. Lebanon
5. Shirin
6. A Serious Man
7. 24 City
8. Whatever Works
9. Night and Day
10. Irène
The Inception- o folhetim crítico (parte 1)
Estava eu a dormir, quando me tocam à porta. Era o comentador Vasconcelos. Esbaforido. O Jesus vale três Mourinhos. Ofereci-lhe um café, que gentilmente recusou, porque ele é muito simpático. Perguntei-lhe qual a honra da visita, e ele começou desfiar. É o Nolan. O Villas Boas é uma fraude, vai ver. Neste mundo só há lugar par um realizador chico-esperto, e esse só tem um nome: Jaxon Reitman. Esse sim, esse é que merece os elogios de toda uma geração , uma geração que aprecia bom cinema autoristico sem desprimor pela universalidade das emoções. O Hulk é zero. "'Tá bem", disse-lhe. "E que pretende fazer?". Então é assim, vamos entrar num sonho do Nolan, e vamos , no sonho, incutir-lhe a preciosa ideia de ele deixar de fazer filmes cheios de bafio. "Bafio"? Bafio. Aimar= Jesus>>> Mourinho. "'Tá bem. E quem é que vai connosco?". Tenho a equipa lá em baixo. Vou chamá-los. Ei, coiros, entrem!, gritou o agradável comentador, depois de ter aberto a janela encardida. Enquanto ouvíamos os passos nas escadas, perguntou-me se eu já tinha visto naquele dia o A Canção de Lisboa. Disse-lhe que não, que ainda nem tinha comido. Bateram à porta e o comentador foi abrir. O primeiro a entrar foi Caçador Tavaraes, de farda, três cigarros na boca, espingarda a tiracolo, e um boné em que estava escrito "Chamem-me John Huston". Cadé os patos? As Rolas? Os Coelhos? O Assange? Mato tudo. No seu encalço, surgiu Professor Medina Carreira, empunhando um gráfico. Pelos meus cálculos, esta missão tem tantas possibilidades de êxito como Portugal tem de sair do lindo buraco em que está metido. Rezemos, asseverou-nos. Soraia Chaves logo lhe seguiu as pisadas. É a arquitecta de todo o projecto. Funciona com altas matemáticas e números imaginários*, diz-me ao ouvido o comentador. 4+7=Espinho, grita a arquitecta, apenas de lingerie preta vestida, para consternação do Professor, que mais forte ainda rezou, e para deleite do caçador Tavares, que lhe começou a debitar charme e fumo para a sua deliciosa cara. Rebento com o Assange e com todos os violadores de privacidade. Por fim, entraram Freud e Dali, que, segundo o meu convidado inesperado, ali estavam para assegurar que o post não estaria apenas preenchido por idiotas. Bom, agora que estamos todos juntos, é altura de nos ligarmos todos a esta máquina que nos porá a dormir tão bem como um telespectador sóbrio do Dr. House. Vamos escavar até três níveis de sono, e acordaremos quando o Dr. Rui Ramos, daqui por uma hora (dois milhões de anos na escala onírica), entrar por aquela porta e gritar-nos aos ouvidos alguns excertos das cartas de D. Manuel redigidas no exílio. Coiros, liguem-se. 5+6= Bola de Berlim. Assim fizemos, e logo de seguida estávamos a apanhar com uma molha monumental ali para os lados da Fontes Pereira de Melo.To be continued.
* Bill Watterson. Todos os direitos reservados.
"meninos, hoje é dia de amour-fou".
Excepção a todo o Antichrist, o mais repugnante momento cinematográfico do ano transacto foi encontrado por mim já nos momentos finais de Rendez-Vouz. Então é assim: o gajo que se encontra à direita, no fotograma, cospe para a cara da gaja que está deitada na cama, que por sinal é a Binoche. A repugnância não está, obviamente, no acto cuspidor, porque antes cuspir na cara de outra pessoa do que nas ruas deste país, como eu, infelizmente, muitas vezes vejo. O ódio, o nojo, a sacanice da acção está no gesto simbólico de ausência do amor, de puro animalismo sexual, de "ai, ele agora já não a ama, por isso cospe-lhe de forma violenta e...e...o bruto! Porco!". Ó Téchiné, já fodeste? És daqueles que diz "o teu sexo" em vez de "a tua cona"? Mas desde quando é que o Amor não pode ser compatível com cuspidelas, esporradelas, batidelas, facas nas mamas, agrafadores nos colhões, etc? Que putaria de concepção é esta, ó André? Tás a filmar para adolescentes que enfiam o dedito enquanto se agarram ao ursinho de peluche oferecido pelo namorado? Mau, mau. E, como se não bastasse este momento piolhoso, há toda uma narrativa de amour-fou empilhado de clichés até à estratosfera, desde o poetinha incostante e "torturado" (Lambert Wilson- o único sujeito que, para meu conhecimento, trabalhou sob as ordens de Resnais e dos coisos Wachowski) até a episódios regulares de histerismo muito "perturbador", sem esquecer os planos da floresta negra à meia noite repleta de ursos pretos * da Juliette. Que filme. Bom para mulheres que passam metade da vida no Santiago Alquimista e outra metade a masturbarem-se à custa do vómito do magnífico Matt Berninger.
* Bill Watterson. Todos os direitos reservados